ERYTHROXYLACEAE

Erythroxylum ovalifolium Peyr.

Como citar:

Patricia da Rosa; Rodrigo Amaro. 2017. Erythroxylum ovalifolium (ERYTHROXYLACEAE). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

VU

EOO:

21.843,893 Km2

AOO:

164,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie é endêmica do estado do Rio de Janeiro (Loiola e Costa-Lima, 2015), ocorrendo em diversas localidades e municípios ao longo de toda a costa do estado.

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2017
Avaliador: Patricia da Rosa
Revisor: Rodrigo Amaro
Critério: B1ab(i,ii,iii)+2ab(i,ii,iii)
Categoria: VU
Justificativa:

Espécie endêmica do estado do Rio de Janeiro, apresenta EOO=19086 km², AOO=172 km² e dez situações de ameaça. Arbusto lenhoso, abundante em áreas de restinga no estado do Rio de Janeiro, é encontrado em diversas Áreas de Proteção Ambiental (APA), que são unidades de conservação de uso sustentável. Embora considerada dominante nessas áreas, as inúmeras ameaças ao ecossistema de Restinga, como a expansão urbana, a abertura de estradas (Filho et al., 2010), o lixo e as queimadas (Holzer et al., 2004), a introdução de espécies exóticas e a retirada de areia (Filho et al., 2010), destroem o ambiente e fragilizam a espécie. Infere-se que esteja havendo declínio contínuo da EOO, AOO e qualidade do hábitat.

Último avistamento: 2014
Quantidade de locations: 10
Possivelmente extinta? Não

Perfil da espécie:

Obra princeps:

A espécie foi descrita originalmente na obra Flora Brasiliensis 12(1): 135, pl. 24, f. 2. 1878.

População:

Detalhes: Apesar de não existirem dados disponíveis sobre as subpopulações da espécie, Mantuano et al. (2006) descrevem a espécie como uma dos arbustos lenhosos mais abundantes em 3 diferentes áreas de Restinga no estado do Rio de Janeiro, sendo considerado dominante nessas áreas.
Referências:
  1. Mantuano, D.G., Barros, C.F., Scarano, F.R. 2006. Leaf anatomy variation within and between three “restinga” populations of Erythroxylum ovalifolium Peyr. (Erythroxylaceae) in Southeast Brazil. Revista Brasileira de Botânica. 29(2): 209-215.

Ecologia:

Forma de vida: bush
Luminosidade: heliophytic
Biomas: Mata Atlântica
Vegetação: Restinga
Fitofisionomia: Vegetação de Restinga
Habitats: 3.5 Subtropical/Tropical Dry Shrubland
Detalhes: Arbusto lenhoso, heliófila (J. Fontella 3134), abundante em áreas de Restinga no estado do Rio de Janeiro.

Ameaças (7):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 6 Human intrusions & disturbance habitat past,present,future regional high
A destruição das Restingas de Maricá tem levado ao declínio das espécies nativas que, atualmente, são encontradas apenas em manchas isoladas ou na área protegida de Maricá (Holzer et al., 2004).
Referências:
  1. Holzer, W., Crichyno, J., Pires, A.C., 2004. Sustentabilidade da urbanização em áreas de restinga: uma proposta de avaliação pós-ocupação. Paisagem e Ambiente. 49–65.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 7.1 Fire & fire suppression habitat past,present,future regional high
Atualmente, na APA de Maricá há despejo de lixo e queimadas promovidas por motivos fúteis, que implicam em ameaças a espécie (Holzer et al., 2004).
Referências:
  1. Holzer, W., Crichyno, J., Pires, A.C., 2004. Sustentabilidade da urbanização em áreas de restinga: uma proposta de avaliação pós-ocupação. Paisag. e Ambient. 49–65.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 1.1 Housing & urban areas regional high
A ocupação desordenada no entorno da Restinga de Ipitangas situada no município de Saquarema representa uma ameaça as espécies (Filho et al., 2010)
Referências:
  1. Filho, E.T.D.C., Bravo, E.J.C.., Tinoco, T., 2010. Florística preliminar e bioinvasão na Restinga da Praia de Itauna devido a ocupação desordenada, Saquarema, RJ., in: 13o Simpósio de Biologia Marinha. Santos, SP, p. 4.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 4.1 Roads & railroads regional high
O número excessivo de entradas (29) e trilhas na Restinga de Ipitangas (Saquarema), implica na degradação dos ecossistema de Restinga (Filho et al., 2010) e representa, assim, uma ameaça a espécie.
Referências:
  1. Filho, E.T.D.C., Bravo, E.J.C.., Tinoco, T., 2010. Florística preliminar e bioinvasão na Restinga da Praia de Itauna devido a ocupação desordenada, Saquarema, RJ., in: 13o Simpósio de Biologia Marinha. Santos, SP, p. 4.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 8.1 Invasive non-native/alien species/diseases regional high
A introdução de espécies exóticas na Restinga de Ipitangas (e.g. Terminalia catappa, Furcraea gigantea, Casuarina equisetifolia, Yucca sp.,Agave sp. e Sansevieria sp.) implica em degradação do ecossistema (FIlho et al., 2010), representando uma ameaça a espécies.
Referências:
  1. Filho, E.T.D.C., Bravo, E.J.C.., Tinoco, T., 2010. Florística preliminar e bioinvasão na Restinga da Praia de Itauna devido a ocupação desordenada, Saquarema, RJ., in: 13o Simpósio de Biologia Marinha. Santos, SP, p. 4.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 1 Residential & commercial development regional high
A região da APA de Massambaba sofreu com um histórico de ocupação irregular, que, mesmo após a criação da Área de Proteção Ambiental, que visava a regulação do uso do solo da região, não impediu a persistência da ocupação irregular e desordenada (Santiago e Deslandes, 2011).
Referências:
  1. Santiago, R.B., Deslandes, R., Rica, C., 2011. Politicas públicas e ordenamento territorial em áreas de preservação ambiental na região dos lagos, rio de janeiro 1–8.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 1 Residential & commercial development habitat past,present,future regional high
A intensa expansão imobiliária, propulsionada pelo turismo de veraneio na Região dos Lagos, acarreta em fortes impactos ambientais da vegetação natural da região, diversos loteamentos indiscriminados causam consideráveis danos ambientais, que, além de destruírem a vegetação de Restinga, promovem a contaminação das lagunas costeiras e do lençol freático. Somado a isso, ainda, a ocupação de antigas salinas para empreendimentos imobiliários e a exploração de areia para a construção civil exercem forte pressão em uma região de delicado equilíbrio ecológico (Dantas et al., 2001).
Referências:
  1. Dantas, M.E., Shinzato, E., Medina, A.I.M., Silva, C.R., Pimentel, J., Lumbreras, J.F., Calderano, S.B., Carvalho Filho, A., 2001. Diagnóstico geoambiental do estado do Rio de Janeiro. CPRM, Brasília.

Ações de conservação (1):

Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
Com base nos registros da espécie, é possível indicar sua ocorrência em diversas Unidades de Conservação ao longo de sua distribuição, como a Reserva Estadual de Jacarepia.